O Indivíduo e o Ambiente de Trabalho - Comportamento Humano

Por Silvana Santos 04/08/2024

Comportamento Humano

Para obter a segurança e evitar acidentes de trabalho três fatores requerem atenção da organização que são: fatores ambientais ou condições inseguras, que envolvem os equipamentos, as ferramentas utilizadas, ou seja, o ambiente de trabalho; fatores pessoais, que está relacionado às atitudes, no que a pessoa acredita e sua personalidade e os fatores comportamentais que envolvem a realização da segurança e as práticas de risco no trabalho (BLEY, 2006).

No entanto, é importante destacar que o comportamento do trabalhador incluído, dentro dos fatores que provocam acidentes, tem como objetivo prevenir e evitar acidentes e determinar quais comportamentos estimulam o trabalhador a ter atitudes que causam acidentes de trabalho e não de encontrar um culpado (OLIVEIRA, 2003).

Assim, o entendimento sobre comportamento seguro consiste na sensibilidade de reconhecer e monitorar os riscos das atividades, para que haja uma redução das consequências desse comportamento nos próximos anos, tanto para quem está realizando a atividade quanto para os outros trabalhadores (BLEY, 2004).


Você deve estar de perguntando: por que apresentamos determinados comportamentos? No podcast abaixo você vai encontrar a resposta para essa pergunta.

"O que faz com que nos comportamos da forma que nos comportamos?"

Aqui você vai entender porque agimos da forma que agimos em algumas situações da nossa vida e o que fazer para melhorar determinados comportamentos prejudiciais para o ambiente de trabalho e a vida pessoal.


CLIQUE AQUI PARA OUVIR

Entendeu agora porque apresentamos determinados comportamentos? No entanto, certo comportamento pode ser repetido por diversas vezes e prolongado por muito tempo, o que acaba se tornando um hábito e uma atitude automática.

Pense comigo...será que isso é ruim para empresa? Depende!

Alguns hábitos podem ser bons e outros não, vai depender dos efeitos que podem causar em um pequeno ou grande espaço de tempo. Por exemplo, um trabalhador está acostumado com sua rotina de trabalho, por ser rotineira e ele já saber o que fazer, acaba criando uma “super autoconfiança” até o momento em que começa a ignorar as normas de segurança e a prevenção de acidentes, assim elabora um caminho mais fácil para realizar as atividades, acreditando que os acidentes não podem acontecer com ele.

Nesse exemplo, vemos claramente, que o comportamento repetitivo pode gerar autoconfiança e, consequentemente, acidentes de trabalho e isso não é bom. Agora, vamos dizer que o trabalhador tem o hábito de checar todos os dias os seus equipamentos de trabalho e utilizar corretamente os Equipamentos de Proteção Individual (EPI), será que esses hábitos são ruins? Claro que não! Pelo contrário, essa atitude repetitiva tem o objetivo de prevenir acidentes e doenças do trabalho, o que é bom tanto para o trabalhador quanto para a empresa.

Aí você pergunta: como influenciar o trabalhador na mudança do comportamento e hábitos ruins para comportamentos que não provoquem acidentes?

As palestras, os treinamentos, a conscientização dos trabalhadores, a supervisão e atenção contínua nas atividades e nos trabalhadores, além da implementação de recompensas e reconhecimento dos profissionais, tem conseguido diminuir consideravelmente o número de acidentes e contribuído para mudança de comportamento. Porém, mudar é algo pessoal, só acontece no momento em que a pessoa sente a necessidade dessa mudança, mas através dessas práticas realizadas dentro da empresa, a mudança de hábito leva a um nível de zero acidentes (GELLER, 2005).

Portanto, para alcançar uma total segurança, acredita-se que, além do que já foi mencionado, é importante que os trabalhadores se conscientizem de que a segurança no ambiente de trabalho é importante, de responsabilidade de todos, que a prevenção evita tanto acidentes com ele quanto com os colegas de trabalho. Ou seja, os trabalhadores devem desenvolver o hábito de estar sempre atentos para identificar comportamentos e condições de risco para, intervir e corrigir, caso necessário (GILMORE; PERDUE, 2002).

Assim, o hábito em manter a segurança, desenvolve em todos, o sentimento de

responsabilidade e segurança, além da constante busca em mantê-la. Porém, é importante observar a forma de pensamento e as ações comportamentais de cada trabalhador, a fim de entender os motivos ao qual os levam a pensar e agir como mostram (PERDUE, 2000).

Sabe-se que o ser humano é responsável por proporcionar mudanças e se torna o principal elemento do ambiente, pois cabe a cada profissional realizar suas atividades dentro da empresa, assim, o comportamento prevencionista e o aperfeiçoamento constante é o suporte para um processo que necessita da colaboração e da participação de todos que fazem parte da empresa.

MATERIAL COMPLEMENTAR

Livros

Pare de se sabotar e dê a volta por cima: Como se livrar dos comportamentos que atrapalham sua vida.


Comprei esse livro e, realmente me surpreendeu. Ele é bem simples de ler, tem atividades que você responde para descobrir sobre seu comportamento. Ele foca, principalmente, em você conhecer seus pontos forte e fracos e se concentrar nos pontos fortes para melhorar sua vida. Muito bom!

Veja aqui.

Quebrando o hábito de ser você mesmo: Como reconstruir sua mente e criar um novo eu.


Esse livro também aborda sobre mudança pessoal para melhorar seus relacionamentos, porém, aqui, ele vai além da mente. O autor mistura os seus conhecimentos sobre o cérebro com a física e a neurociência.

Veja aqui.

Vídeo

Assista ao vídeo "Transtornos Mentais Relacionados ao Trabalho", com a Dra.ª Laura Pedrosa. Uma conversa que transmite muito conhecimento sobre as doenças mentais.

REFERÊNCIAS


BLEY, J. Z. Variáveis que caracterizam o processo de ensinar comportamentos seguros no trabalho.

Florianópolis, UFST, 2004. (Dissertação de Mestrado)


GELLER, E. S. Behavior-based safety and occupational risk management. Virginia, Virginia Polytechnic Institute and State University, 2005.


GILMORE, M. R.; PERDUE, S. R. The next step in injury prevention. Kuala Lumpur, Society of Petroleum Engineers, 2002.


OLIVEIRA, J. C. Segurança e saúde no trabalho: uma questão mal compreendida. São Paulo em Perspectiva, v. 17, p. 2-12, 2003. Disponível em:

https://www.scielo.br/j/spp/a/kFvWqHDVNTf63ncfjZHP5Kg/?lang=pt. Acessado em: 06 de outubro

de 2021.


PERDUE, S. R. Beyond Observation and Feedback: Integrating Behavioral Safety Principles Into Other Safety Management Systems. American Association of Safety Engineers, 2000.


"A fé se move através das impossibilidades"

Pr. André Fernandes

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Um beijo!


Silvana Santos


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Silvana Santos

Mestra em Ciências Florestais e graduada em Engenharia Agronômica pela UFRPE, especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho pela UPE e Técnica em Segurança do Trabalho pelo IFPE.

Especializada em Docência em Educação Profissional e Tecnológica e licenciada em Docência na Educação Profissional Técnica de Nível Médio no IFPE, especialista em Linguagens suas Tecnologias e o Mundo do Trabalho na UFPI.

Aumentar o nível de qualidade dos profissionais de segurança do trabalho e promover o bem-estar aos trabalhadores é fundamental em todos os ambientes de trabalho.

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